domingo, fevereiro 17

No Country for Old Men (2007)

Visto no Cine Jaraguá
Nota: 5/5

Não gosto de detalhar o que acontece nos filmes quando escrevo aqui. Acho que saber até o menor detalhe sobre o filme estraga a ida ao cinema. Prefiro ficar longe de trailers - e se tivesse tido a sorte, da tradução do nome deste filme para português - lastimável - por isso o título em inglês acima. O título fala demais, e ao mesmo tempo mente sobre o filme. Portanto, segue mais uma vez uma reflexão abstrata sobre o longa-metragem, que tem como objetivo convencer sobre o mérito cinematográfico dos irmãos Cohen, que na tradição de Fargo e Big Lebowski, fazem mais um majestoso filme.

O mais novo filme dos irmãos Cohen faz uma bela reflexão sobre a vida, as gerações, e a nossa (falta) de controle sobre o andar do mundo. Como em seus outros filmes, as premisas são quase insignificantes - não existe um grande dilema aparente a se resolver. Mocinhos e bandidos não são fáceis de identificar. Por conseguir construir personagens tão complexos, conseguimos entender ou ao menos simpatizar com as mais bizarras ações e reações que vemos ao decorrer da história. Neste filme, até os psicopatas tem palavra e uma ponta de ética em seu comportamento. Misturando gêneros, principalmente drama e suspense, o filme é mais uma demonstração da habilidade desta dupla de controlar o tempo do filme - nenhum diretor(a) atual o faz tão bem. As cenas como ou sem diálogo não ferem os personagens, e são uma extensão de sua personalidade. O filme transcorre com uma vagarosidade que não entedia, ao contrário - consome o espectador que não consegue sequer piscar, como se estivessemos diante de um filme de ação.

Um comentário:

Thiago disse...

Falou bem da "vagarosidade que não entedia". Para mim o filme é tenso do início ao fim, não só pelas cenas triviais de violência, mas por aquelas que sublinham nossos problemas cotidianos: a venda de armas, o narcotráfico, a imigração desenfreada.... a violência parece emergir como única solução.