sexta-feira, maio 29

Os Falsários (2007)

Nota: 5/5
Veja no Topázio, Parque Prado (14h50, 17h05, 19h15, 21h40).

Mais um filme sobre o holocausto? -- você se pergunta, talvez. O que faz deste assunto inesgotável é a nossa incapaciade de compreender como algo tão bárbaro e em tão grande escala pode ocorrer em fase tão avançada de nossa humanidade. Os fatores e interpretações são tantos, que o assunto é sim, inesgotável. Mais um filme sobre os judeus e o holocausto? Muitos já retrataram as condições econômicas, políticas, sociais, que contribuiram para a subidada de Hitler e os eventos que sucederam. As penúrias de outros grupos que sofreram as atrocidades do regime nazista também já foram alvos de inúmeros filmes. Como alguns ainda negam o genocídio dos armênios, há sim - sempre - espaço para muito mais sobre o tema.

Será que depois de tantos, inúmeros filmes obre o shoa - ainda há mais uma história para contar? Os Falsários, filme vencedor do Oscar de filme estrangeiro, mostra que sim. Ao contrário dos filmes que situados em ambientes de guerra viva, com troca de tiros e bombardeios, este se passa dentro de um peculiar ambiente em um campo de concentração. Neste espaço, trabalhadores judeus das mais diversas profissões são alistados para produzir documentos e notas falsas a serviço do regime nazista. Estes são isolados dos outros presos e recebem tratamento especial (no nível esperado para um campo de concentração). A motivação por traz deste plano do governo alemão não é a grande revelação do filme. O constante contraste entre nazistas, prisioneiros falsários com privilégios, e prisioneiros comuns (do campo) é de tamanha tensão que nos permite um outro olhar sobre perguntas importantes relativas ao Holocausto: porque os prisioneiros não reagiram dentro dos campos de concentração? como a sociedade se manteve tão ausente diante de tanto genocídio?

Não espere um filme com cenas mostrando a grandiosidade do holocausto através de imagens de corpos desnutridos e pilhas de seres humanos descartados. Em Os Falsários, a sutileza do drama psicológico faz com que estas imagens, gravadas nas mentes de todos nós, venham a tona contra a nossa vontade.

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